segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O que eu faço?

E foi assim, sem intenção nenhuma que a gente teve a conversa mais doída que eu esperava da vida toda. Foi tão sincera, que deixou o meu coração meio espedaçado, com vontade zero de se refazer.
E eu senti que uma lágrima queria escorrer no canto do meu olho. Eu senti. Mas eu segurei. Eu segurei ela firme ali, até ter certeza de que você não notaria.
E continuei ouvindo você. Continuei te afrontando com todas as palavras que eu não sei de onde surgiu a coragem de dizer. E foi assim, olhando dentro dos seus olhos que eu ouvi que o seu relacionamento era importante. Que, por todas as coisas que você me dizia dele, eu tinha a certeza que não era tão importante assim pra você. Só que eu estava enganada. Mas eu vi no fundo do seu olho e na firmeza da sua voz que os anos juntos tem um significado que eu não queria nunca aceitar. Não é egoísmo, eu juro. É um pesar de querer bem. De querer sem poder ter.
E o que eu faço com as palavras que a gente trocou? O que eu faço com a esperança que eu guardei? O que eu faço com os meus dias se forem todos sem você?

"Nobody said it was easy
It's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard
Oh, take me back to the start"

- The Scientist - Coldplay -

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O início, o fim e o meio

E quando eu paro para pensar sobre tudo desde o começo, eu já me perco no pouco tempo que parece muito. Foi começo que se misturou com o meio e, de repente, já era o fim. De repente a gente já estava ali, dividindo os dias, os problemas, as frustrações, as expectativas e tudo mais o que fazia parte da minha vida e depois, da sua. Eu acordo com saudade de você e te ver vem sendo a melhor parte do meu dia.

"às vezes você me pergunta porquê eu sou tão calado
não falo de amor quase nada, nem fico sorrindo ao teu lado
(...) você me tem todo dia, mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você, mas você não está em mim"
- Gitã - Raul Seixas -

 

domingo, 12 de outubro de 2014

Sobre as expectativas

Eu não sei quando não foi assim, mas desde que me entendo, odeio expectativas. Odeio esperas ansiosas, desde esperas por ligações até esperas por consulta médica. 
Eu gosto mesmo é da espontaneidade, sem expectativa, sem cultivar ansiedades. Gosto de acontecimentos, não planejamentos. Gosto do real, não do imaginário - ainda que na maioria das vezes eu me veja nesse plano, não naquele.
Então, não me prometa um encontro se você não pode vir.Faz assim, apareça de repente, toque a minha campainha e deixe eu abrir a porta e me surpreender com você. Venha com a barba feita, ou venha com a barba por fazer mesmo - mas não quero a lá Marcelo Camelo, ok? Ainda que ele seja o cara que melhor traduz os sentimentos em palavras, na minha opinião.
Venha de roupa de expediente, direto do trabalho, pra eu imaginar que você tenha passado o dia pensando em mim.
Quando eu abrir a porta, me pegue pela cintura, me envolva nos teus braços. Me abrace forte. Deixe eu sentir as batidas do seu coração num ritmo que se encaixe às minhas? 
Entre aqui, vamos conversar, deixe eu saber como foi o seu dia. Me conte do seu trabalho. Deixa eu te olhar enquanto você fala, te admirando... Até você ficar constrangido e se esconder por trás de um sorriso lindo encabulado.
E deixa eu imaginar tudo isso. Ainda que seja só minha a imaginação. 
E se você vier, não avise. Só venha.


segunda-feira, 21 de julho de 2014

Esteira da vida

E não importa quanto tempo tenha passado. Não importa quantos pós-amores vc já tenha vivido. O que importa é a sua vontade de fazer ser diferente e de começar de novo, outra vez e uma vez mais. Importa a sua vontade de apagar com uma borracha, de virar a página, de arrancar a folha, ou de trocar o livro mesmo.
A sua ferida não vai cicatrizar se você não parar de ‘cutucar’. Ela não vai sarar se você mexer e remexer aquilo ali. Talvez você tenha que respeitar o tempo que está tentando passar sem vc querer deixar. É como a esteira rolante do Congresso Nacional. Como se estivesse ligada para você caminhar e seguir lá pra frente, só que você segue na direção contrária, como se estivesse patinando sempre no mesmo lugar. Sem avançar e sem retroceder.
É uma escolha sua. Se você ficar parado, a vida passa. A esteira (da vida) não para. Se você caminha pra frente, você segue a vida em seu fluxo natural. Se você volta, a esteira não muda a direção só pra você. Só que a escolha é sua. E a minha esteira (da vida) não para. Nem eu.
 
"Teu mundo gira em falso.
Fica sem os pés no chão"
- Juliano Morbeck -

"O tempo não pára"
- Cazuza -

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Metade inteiro

Eu me apaixono fácil, mas me desapaixono com ainda mais facilidade. Pra mim importam as pequenas coisas, os pequenos gestos e cada detalhe que me faça te enxergar diferente. E você me mostrou os pequenos detalhes que me fizeram louca pra te ter pra mim. O seu jeito ríspido inicialmente me afastou e, ao mesmo tempo, me fez descobrir que lá no fundo, existia um coração mole dentro de você. A sua inteligência, seus interesses... E aí, um dia, o que a gente nem imaginava, aconteceu. Eu te senti tão perto de mim que eu não consegui evitar te ter. Só que o que sobrou agora, foi a saudade. Um saudade tão bonita que ainda permanece aqui. Eu não sei se você sentiu e viveu tudo na mesma intensidade que eu, eu não sei se pra você tudo teve a mesma importância. Mas não me arrependo por você ter aparecido na minha vida dessa forma, metade inteiro pra mim. Me mostrou que as oportunidades não podem ser deixadas e que vale a pena viver a intensidade, ainda que momentânea. Não fizemos promessa alguma, até porque a distância já é uma certeza grande demais. Além disso, o destino já te traçou um caminho e você já está lá na frente, enquanto eu te olho caminhar lá no horizonte. Só que, se eu posso te fazer um último pedido antes do destino traçar o meu caminho, eu vou dizer pra você vir aqui pra perto, pra olhar dentro do meu olho e dizer que tudo valeu a pena demais. Pra você estar ao meu lado novamente e lembrar que naquele momento nós fomos inteiros e eu queria me despedir dessa forma, de novo, porque você valeu a pena.

ps.: rascunho sem data. Encontrado em meio a tantos outros rabiscos.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

De repente

Eu não sei como foi que aconteceu e em que momento nossas vidas, que estavam tão interligadas, foram se afastando. Eu nem percebi que as coisas começaram a desandar e, de repente, todo aquele sentimento intenso e desesperador de querer estar junto e perto, se esvaía por entre a falta de comunicação que passou a existir entre nós. E uma pena que isso ficou mais evidente que a nossa saudade.

Eu não sei mesmo em que ponto as coisas tomaram rumo incerto, porque era tudo tão certo. Sabe aquele sentimento todo e também toda aquela promessa de querer fazer a nossa vida dar certo junto? Então, não sei onde foi que tudo isso se perdeu. Eu sei que a falta de ligações e a falta de notícias me fizeram descobrir um medo aqui dentro. E eu senti uma dor no peito que fazia com que eu não conseguisse continuar sem a nossa “rotina”.

Eu chorei tanto ontem. Quando eu deitei sem o seu “boa noite” e acompanhada do seu sumiço, eu nem senti mais medo de que alguma coisa ruim tivesse acontecido contigo, porque já se tornava tão normal que eu sabia que era por “vacilo” seu, como você mesmo dizia. Eu enfiei a cara no travesseiro e o encharquei, acreditando que toda mágoa seria extraída ali.

Mas eu acordei sem rumo ainda. E estou com o coração apertado por você não me deixar entender a sua realidade. Porque são tantas promessas, são tantas palavras bonitas que não tem jeito, eu sempre acredito. Mas se não for pra eu acreditar, se você já tiver se arrependido, me avisa? Avisa pra eu entender que o que passou foi só uma história bonita no começo mas com final de todo amor-que-foi-intenso-e-um-dia-acaba?

Faz assim, só fala pra mim o que o seu coração sente. Não precisa soltar palavras automáticas a cada ligação ou a cada mensagem. E, ah! Só mais uma coisa. Só apareça por aqui se você tiver certeza? Porque de incertezas eu já estou cheia de indícios. A porta da minha vida continua aberta pra você. Mas se já souber que não vai permanecer, faz assim, nem precisa entrar, porque eu não gosto de despedidas.

“Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
E eu vou sobreviver”

– Lulu Santos –