domingo, 12 de outubro de 2014

Sobre as expectativas

Eu não sei quando não foi assim, mas desde que me entendo, odeio expectativas. Odeio esperas ansiosas, desde esperas por ligações até esperas por consulta médica. 
Eu gosto mesmo é da espontaneidade, sem expectativa, sem cultivar ansiedades. Gosto de acontecimentos, não planejamentos. Gosto do real, não do imaginário - ainda que na maioria das vezes eu me veja nesse plano, não naquele.
Então, não me prometa um encontro se você não pode vir.Faz assim, apareça de repente, toque a minha campainha e deixe eu abrir a porta e me surpreender com você. Venha com a barba feita, ou venha com a barba por fazer mesmo - mas não quero a lá Marcelo Camelo, ok? Ainda que ele seja o cara que melhor traduz os sentimentos em palavras, na minha opinião.
Venha de roupa de expediente, direto do trabalho, pra eu imaginar que você tenha passado o dia pensando em mim.
Quando eu abrir a porta, me pegue pela cintura, me envolva nos teus braços. Me abrace forte. Deixe eu sentir as batidas do seu coração num ritmo que se encaixe às minhas? 
Entre aqui, vamos conversar, deixe eu saber como foi o seu dia. Me conte do seu trabalho. Deixa eu te olhar enquanto você fala, te admirando... Até você ficar constrangido e se esconder por trás de um sorriso lindo encabulado.
E deixa eu imaginar tudo isso. Ainda que seja só minha a imaginação. 
E se você vier, não avise. Só venha.