Talvez eu tivesse a certeza da ausência de palavras. Eu poderia até saber o significado do vazio, e acredite, eu sabia. Mas por aqueles exatos dias eu não quis acreditar. Eu fechei os olhos para qualquer mágoa, para qualquer dúvida. Eu quis, pela primeira vez, viver a incerteza. Eu quis experimentar a olhos vendados o sabor da saudade. Preferi não ouvir justificativas e motivos, quis apenas viver. Pude afagar a saudade plantada aqui dentro, que nunca deixou de ser regada. Pude relembrar o cheiro e a textura da pele clara, das mãos junto às minhas. E tudo isso com a certeza, aqui dentro, de que era apenas por aquele momento, pelas 24 horas.
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