A manhã cinzenta de hoje já me acusava a sua ausência. Mesmo eu nunca tendo cruzado o seu caminho em meio a tanta gente, eu sabia que você estava ali, tão perto, apesar de tão distante. Em todas as vezes que eu te procurei, eu nunca te encontrei. Talvez você já tenha se perdido propositalmente em meio aos passantes ao me ver passar. Talvez isso já tenha acontecido.
Eu já sentei no banco da praça me agarrando na esperança de te ver passar. Já parei no café esperando te ver entrar. Já almocei em restaurantes acreditando na sorte de te encontrar. Mas nesses tantos meses eu nunca te vi passar, nunca te vi me olhar. Os frequentes desencontros ocasionais me davam alguma desconfiança de que eram propositais.
Mas agora que as chances findaram, eu sinto um alívio bem aqui dentro, porque eu sei que pode não existir mais qualquer motivo a ser evitado. O novo começo pra você pode ser um novo começo pra mim também. Pode ser um novo começo pra nós dois. E agora?