Desde o último post eu estou carregada de sentimentos sentidos, não sentidos, sensurados... Eu sinto que tem um turbilhão de coisas acontecendo ao mesmo tempo e nesse mesmo tempo, parece-me que fui atingida por um tsunami de calmaria e silêncio. Antes era desespero e ansiedade que me faziam cortar os dias do calendário. Hoje o que me marca é o tédio e a indecisão.
O objetivo era voltar pra casa, com o coração carregado de carência e saudade. Depois, seguia a vida com tudo o que eu tinha especificado na caderneta ao lado daqueles objetivos de anos atrás, os quais eu já havia ticado como cumpridos. Hoje o que eu tenho é uma nova folha, totalmente em branco e sem conseguir, sequer, fazer um rascunho de desejo, meta e idealização. Um vazio só.
Antes o vazio me acolhia, eu me sentia confortável dentro daquele espaço de silêncio que ecoava o barulho da minha respiração. Agora esse vazio me amendronta, porque tudo o que ecoa é nada.
A cabeça cheia de turbilhões de ideias que me moviam, hoje me prendem. Me falta coragem pra acreditar em recomeços depois do fim. Eu já recomecei sei lá quantas mil vezes, mas seja lá qual seja essa milésima primeira vez, está me dando mais trabalho, porque a consciência que me habita hoje não é a mesma. É como se as coisas perdessem o tesão depois de experimentadas, como se aquele salto de paraquedas tivesse acontecido e pronto. Depois vem a cobrança pela evolução. Então, mesmo se eu tiver coragem de saltar novamente, o mundo só vai entender se vier seguido de um duplo twist carpado, ou algo assim. E eu?
"O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é tempo que lhe falta pra perceber?
Será que temos esse tempo pra perder?
E quem quer saber? A vida é tão rara. Tão rara
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para. A vida não para não"
- Paciência - Lenini
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