quarta-feira, 17 de março de 2010


Eu afirmo com certeza que eu tentei até onde pude acreditar. Até mesmo sem acreditar, eu diria. Fui capaz de esquecer as minhas próprias convicções e aceitar comportamentos antes considerados reprováveis. Eu ceguei os olhos para algumas daquelas suas atitudes, para então aceitar você nos exatos traços que te acompanham desde que veio ao mundo. Eu sabia, desde o começo, que eu não era prioridade na sua vida. Ainda assim eu insisti, talvez pensando em ser um dia o que você havia se transformado pra mim em tão pouco tempo. Foram quatro anos e uma semana de descobertas, de conhecimento, de inocência e de confissões até me deparar com o calor dos seus lábios e a textura da sua pele. Mas durou tão pouco. Tirando os dias em claro seguidos de apertos no peito, foram pouco mais de quarenta dias e uma semana. Agora eu passo os dias de chuva acompanhada da saudade e os segundos que antecedem o meu sono são guiados pelos pensamentos mais vagos. O 'x-salada' não tem mais o mesmo sabor e o copo de suco com um só canudo não tem o mesmo gosto com dois. O cinema é sinônimo de solidão agora, e a conta de telefone reduziu a uma só folha. Batata frita do Mc Donnald’s não tem mais graça alguma sem você e acordar de manhã sem te acordar é como não acordar. Eu tenho tentado tirar você dos meus pensamentos, tenho tentado afastar o sentimento de saudade dos meus dias, mas não tem sido uma tarefa fácil. Aceitar o vazio e a incerteza não está no meu roteiro. Eu prefiro olhar nos teus olhos e ouvir, na tua voz, que a nossa chance já transpôs a passar esses dias esperando um retorno das ligações, mensagens e e-mails destinados a você. Eu não quis desistir, muito pelo contrário.

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