Um dia, ganhei um vaso de terra do meu vizinho. Dizia ele que eu teria que cuidar, até brotar um caule fino, com raízes rasas, pois depois se tornaria um vaso cheio de pimenta, com raízes mais fortificadas e muito bem cultivadas.
Ainda que eu olhasse com carinho para o vaso de terra, nada imaginei. Com o tempo, cuidando todos os dias, nasceram vários caules, tão finos quanto os que aquele dia o meu vizinho descreveu. Não sei se foi excesso de sementes ou o cuidado mesmo, mas nasceram tantos caules, tantos "pés", que teve ele que "ralhar".
Sem entender, observei. Ele arrancou os caules mais finos, com as raízes mais superficiais, do meu vaso de planta, implantando-os em outro vaso. Da mesma "leva", dividiram-se em dois vasos.
As minhas que continuaram mantiveram o crescimento das raízes firmes, engrossando o caule a cada dia. Hoje brotam as primeiras pimentas, ainda verdes.
O outro vaso, aquele o qual foram replantados os caules com as raízes ainda muito novas, cresceram, talvez com uma capacidade de adaptação, porém, com as raízes sempre prontas para a próxima mudança.
Eram sementes do mesmo saco, da mesma origem.
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