Os dias se aproximam e a ansiedade passa a não caber mais no bolso, esvai-se num sorriso, num olhar, até mesmo nas palavras.
Eu não percebo mais os detalhes dos dias que estão passando, pois as marcas no calendário me deixam a certeza da importância da espera.
Na verdade a espera é minha e a importância atribuída a ela também. Não posso transferir uma felicidade que é só minha. Não que eu quisesse ou que eu a guardasse pra mim, não.
Analisando os fatores do tempo é possível concluir pela decadência e sim, a inércia também foi minha. Admitir pode também ser uma forma de atribuir uma desculpa para tentar entender, e eu prefiro assim.
O tempo nunca parou para segurar a espera e um pouco da ansiedade. E eu pedi tanto... Mas nenhum de nós podia deixar de lado as pertinências do dia-a-dia para mergulhar na bolha criada há alguns meses... daquele tempo.
A história, então, foi se tornando “estória” e o tempo foi apagando da memória as lembranças. Foi ficando cada dia mais difícil o pensamento fazer referência àqueles tempos e as “pedras” encontradas no caminho foram servindo de ferramentas para o esquecimento.
Até que sem eu me dar conta, percebi que o capítulo do livro havia terminado e a próxima página estava em branco, sem nem haver continuação... nem fim.
“Se a gente não tivesse feito tanta coisa,
Se não tivesse dito tanta coisa,
Se não tivesse inventado tanto,
Podia ter vivido um amor Grad’ Hotel
Se a gente não dissesse tudo tão depressa”
- Kid Abelha -
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