Vasculhando os arquivos do computador, encontrei um texto que escrevi faz algum tempo já.
Mas achei tão sincero a ponto de quase sentir novamente o momento.
Acho que ele nunca foi pro blog, mas se foi, está aí, talvez uma vez mais.
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Eu diria que seguir em frente tem se tornado uma tarefa difícil demais pra mim. Não conseguir aceitar vai de encontro ao meu inconformismo e à incerteza da situação. Eu não consigo aceitar o silêncio, a ausência e o vazio. Eu prefiro o ponto final, aceito a vírgula se necessário for, mas prefiro a exatidão. Ou tudo, ou nada. Isso porque o vazio pra mim não tem cheiro, não tem gosto e não tem cor. Eu prefiro pulsação forte, cor vibrante e sentimento intenso. Se eu fechar os olhos a lágrima escorre, porque não suporta a preocupação do meu olhar e o aperto no meu peito.
Eu suportei todas as outras vezes. Com outras pessoas. Mas eu cansei. Cansei de ser forte, de suportar e de fingir que meu coração já está calejado pelo aperto. O sentimento aqui dentro saltou, agora externou. Eu cansei de ser forte a ponto de esquecer de sentir dor. Cansei de ser forte a ponto de esquecer que meu sentimento de dor é tão importante quanto aquele sorriso que dividi com você por todo aquele tempo em que passamos juntos. Eu descobri que o sorriso um dia se transforma e: ou você é forte pra suportar ou é atingido de forma INEFÁVEL pela dor.
Desta vez eu escolhi a segunda opção. Escolhi porque eu quis sentir a intensidade, eu quis viver a dor e me entregar. Tudo isso a ponto de continuar no vazio que aumentou a cada dia. Eu não consigo me conformar com a ideia de ter sumido da sua memória. Eu não suporto a ideia de ter sido apagada da sua vida. Fácil assim.
Mas de tudo fica a certeza de que, pela primeira vez, eu tentei até onde eu acreditei. Fica a certeza da intensidade da minha entrega e do sentimento mais puro.
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