quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Para ser arrancado, um dia.


Eu não me adapto nem me acostumo com dor, derrota e injustiça.
Passam-se anos, mas o gosto amargo da batalha não vencida permanece dentro de mim e eu consigo relembrar tais acontecimentos a cada dia.
As pessoas tem a mania certa de equiparar à experiência. Mas combustível pra mim não são experiências nem fatos passados. Combustível é o gás do ânimo, a injeção da força e a certeza da próxima conquista.
Outra coisa é o tempo. O tal do tempo. Não que eu não acredite, eu sei, ele foi o responsável pela cura de uma ferida bem grande na minha vida. Eu passei por isso e o tempo curou. Mas não é fácil ouvir todas as pessoas ao seu redor fazerem referência ao tempo quando o que você menos quer é tempo, quando exatamente é o imediatismo que persiste em se fazer presente.
Ainda mais eu, tão imediatista. Se hoje eu quis pra ontem, não imegine o que eu espero do amanhã. O tempo pra mim é inimigo invencível. Fazer o quê.
É o mesmo tempo que cura, que também causa a dor. O tempo machuca, corrói. Eu não tenho tanto tempo na vida pra esperar o que o tempo possa me oferecer como conquista. Eu quero minhas conquistas de forma certa, justa, limpa! Eu não quero o tempo pra ser parceiro do julgamento. Não falo aqui de conquista através de julgamentos. Falo de conquista por mim mesma, derivada da minha força.
Além disso, falando em força, eu não tenho tanta quanto pensei. Ser derrubada inquestionavelmente me fez ver que as lágrimas dolorosas ainda são capazes de brotar dos meus olhos, como um deja vu de alguns anos apagados da minha história. Ser forte não tem a essência que eu criei. Não depende de acreditar. Ou você é ou algo te derruba. Não por escolha, mas prevaleceu a segunda opção.
E se tenho opção, prefiro não escolher ainda mais angústia e dor. Não me faça ouvir vibrações nem ir em busca do prêmio da conquista que não me pertence. Não que não mereças ou que o egoísmo não me permita, juro que não. É só pelo fato de que isso me faz sentir ainda mais dor e alimenta ainda mais o meu desespero.
Olhando do alto, lá de cima, eu não vou mais olhar para onde não quero ‘ir’.

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