quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Primeira pessoa do plural

Depois de ontem, depois dos milhares de carneirinhos que tive que contar (do jeito que você me ensinou) para o meu sono chegar (ainda que pela metade) e depois de ter acordado às 3, no meio da madrugada, eu acordei com um uma dose a mais de carinho.

Por mais que o tempo passe rápido demais quando estejamos juntos e nos impeça de "estar junto", eu consigo ficar junto de ti. Porque é só eu fechar os olhos para dormir que eu vejo você. Então eu acordo e antes da minha oração matinal, eu penso em você. 

Agora você não está aqui, mas eu consigo sentir a textura da sua pele e, não sei porque, o cheiro do cigarro (que eu detesto). Aí então, em seguida, meu celular apita e, sem esperar, eu leio as palavras mais deliciosas do Universo, quase que escutando a sua voz ao pé do meu ouvido.

É tão bom acreditar, mas acreditar na primeira pessoa do plural. E acreditar tanto a ponto de conjugar todas as ações assim, na primeira do plural.

Pra hoje, uma gramática exclusiva, com todas as conjugações na primeira pessoa do plural, apenas no tempo presente e futuro, por favor!

"Mas nada vai conseguir mudar, o que ficou
Quando penso em alguém, só penso em você
Aí então, estamos bem"
- Cássia Eller -

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Cordão umbilical


Eu realmente sei que ninguém nasce do nada e sem cordão umbilical... eu sei.

Me lembro de ter aprendido com a minha professora de Ciências, no ensino fundamental, que o bebê era gerado da barriga das mães. Nunca mais esqueci. 

Não tive irmãozinho mais novo pra poder ver a barriga da minha mãe crescer e ficar do tamanho de uma melancia, mas me lembro da minha tia reclamando do peso da barriga, que mais parecia uma bola daquelas coloridas que são (ou eram) vendidas na entrada dos parques de diversões. Ela dizia que o meu primo estava lá dentro...
Um dia eu fui visitá-la no hospital toda feliz, pois a notícia era que o meu priminho havia "saído da barriga" da minha tia. Tá, sair tudo bem, vc faz um corte e pronto. Mas... como ele havia entrado? Depois eu aprendi.


Ainda nesse contexto, me lembro que ele tinha uma "gelatina em formato de cobrinha" grudado no umbigo. Minha mãe dava banho nele e tinha o maior cuidado com aquilo. Dizia que era o umbigo. Poutz, eu olhava pro meu... e não tinha aquele "negócio" pendurado. Ainda bem, eu pensava. Depois eu aprendi.


Aprendi porque a minha mãe me explicou que o bebê, quando está dentro da barriga, é alimentado pelo cordão umbilical que liga a mãe à ele. Ou seja, na época, aprendi que o cordão umbilical é essencial e mantém a mãe ligada ao seu bebê.

Me disseram que o médico corta o cordão umbilical quando o bebê "sai da barriga" da mãe para crescer, se desenvolver e ter a sua própria vida, um dia. Isso eu entendi mais tarde, quando vi a minha vizinha chorando por ter o seu filho entrado num táxi com uma mala, indo estudar em outra cidade. Daí eu aprendi porquê daquele "corte do cordão umbilical" que ligava à mãe.

E quando eu aprendi, não parou por lá. Continuou, porque eu nunca entendi porque as pessoas já adultas, que não tem mais aquela "cobrinha gelatinosa" pendurada no umbigo, ainda preservam um cordão umbilical imaginário...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Arquivo



Vasculhando os arquivos do computador, encontrei um texto que escrevi faz algum tempo já.
Mas achei tão sincero a ponto de quase sentir novamente o momento.
Acho que ele nunca foi pro blog, mas se foi, está aí, talvez uma vez mais.

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Eu diria que seguir em frente tem se tornado uma tarefa difícil demais pra mim. Não conseguir aceitar vai de encontro ao meu inconformismo e à incerteza da situação. Eu não consigo aceitar o silêncio, a ausência e o vazio. Eu prefiro o ponto final, aceito a vírgula se necessário for, mas prefiro a exatidão. Ou tudo, ou nada. Isso porque o vazio pra mim não tem cheiro, não tem gosto e não tem cor. Eu prefiro pulsação forte, cor vibrante e sentimento intenso. Se eu fechar os olhos a lágrima escorre, porque não suporta a preocupação do meu olhar e o aperto no meu peito.
Eu suportei todas as outras vezes. Com outras pessoas. Mas eu cansei. Cansei de ser forte, de suportar e de fingir que meu coração já está calejado pelo aperto. O sentimento aqui dentro saltou, agora externou. Eu cansei de ser forte a ponto de esquecer de sentir dor. Cansei de ser forte a ponto de esquecer que meu sentimento de dor é tão importante quanto aquele sorriso que dividi com você por todo aquele tempo em que passamos juntos. Eu descobri que o sorriso um dia se transforma e: ou você é forte pra suportar ou é atingido de forma INEFÁVEL pela dor.
Desta vez eu escolhi a segunda opção. Escolhi porque eu quis sentir a intensidade, eu quis viver a dor e me entregar. Tudo isso a ponto de continuar no vazio que aumentou a cada dia. Eu não consigo me conformar com a ideia de ter sumido da sua memória. Eu não suporto a ideia de ter sido apagada da sua vida. Fácil assim.
Mas de tudo fica a certeza de que, pela primeira vez, eu tentei até onde eu acreditei. Fica a certeza da intensidade da minha entrega e do sentimento mais puro.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

"Da rotina dos meus desejos por seus beijos"


Eu sempre desejei uma rotina de desejos, diferente de todas as rotinas cotidianas que ninguém gosta.
Eu sempre desejei um dia após o outro cheio de encantamentos, de doçura e conquistas.
Pequenas coisas é que fazem toda a diferença.
O "bom dia" da forma mais doce, a correria do dia-a-dia de forma a não deixar atrapalhar nos desejos, na "rotina".
Também sempre gostei de fazer "pouca coisa", acho encantador! Ser companhia para um suco no meio da tarde, para o supermercado da semana, para o pagamento das contas do mês... entrar no banheiro e ver delicadezas escritas no espelho... e o bombom inusitado? É conquista na certa!
Não acho que depois da conquista tenha que necessariamente vir a "rotina casual". Acho que depois da conquista é hora de caminhar além, para a continuidade da própria conquista. Conquistar todo dia um pouquinho é trabalhoso, mas é incomparável.
A frase mais sincera do gostar não pode ser fala decorada ao final da ligação no celular. Tem que vir de dentro da alma, na mesma sintonia do coração. Tem que sentir, para, então, dizer.
Calendário não tem que ser instrumento obrigatório. Ficar junto não pode ser um contrato com cláusulas pré-estabelecidas. É tão bom poder estar, não é? Se não for, pare e pense.
E não pode se sentir ou fazer sentir um objeto programado. Se sente, pare uma vez mais... e pense.
Ninguém é tão imutável que não possa melhorar. Basta aceitar. E aceitar não significa perder a essência, não! Acho a mais profunda demonstração de "querer bem".
Ninguém também é tão errado que não possa fazer bem outra pessoa. Basta acreditar.
E acreditar é essencial.


Não deixe de acreditar no amor, mas certifique-se de estar entregando seu coração para alguém que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá, manifeste suas idéias e planos, para saber se vocês combinam, e certifique-se de que quando estão juntos aquele abraço vale mais que qualquer palavra" Luís Fernando Veríssimo


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Café pra dois


Todo mundo diz que depois da chuva o Sol volta a brilhar. E eu não tenho dúvidas. Só não gosto de ter de aguardar a chuva passar. Só isso.

Um pouco de esquecimento, uma pitada de esperança e, após o cansaço, um café "a¹" dois para essa manhã, por favor!

¹pra

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Os corações também se gastam


Foi você mesmo que me inseriu na realidade, dizendo que não basta apenas o 'amor'. 
Incrível!
Acho tão nobre o sentimento de amar que chego a pensar ser suficiente. Mas você me ensinou que o amor não é suficiente. Me fez acreditar que não adianta "morrer de amor" pra continuar vivendo por amor.
Destruir um sonho em algumas palavras árduas despertou uma dor e me fez ver que se assim for eu não preciso acreditar e fazer vencer algo que foi considerado insuperável. Não por mim, nem pelas minhas crenças.

Disseram um dia que "os corações também se gastam". Eu não acreditava nisso.

*Obra: "Os corações também se gastam" - Pedro Paixão

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Para ser arrancado, um dia.


Eu não me adapto nem me acostumo com dor, derrota e injustiça.
Passam-se anos, mas o gosto amargo da batalha não vencida permanece dentro de mim e eu consigo relembrar tais acontecimentos a cada dia.
As pessoas tem a mania certa de equiparar à experiência. Mas combustível pra mim não são experiências nem fatos passados. Combustível é o gás do ânimo, a injeção da força e a certeza da próxima conquista.
Outra coisa é o tempo. O tal do tempo. Não que eu não acredite, eu sei, ele foi o responsável pela cura de uma ferida bem grande na minha vida. Eu passei por isso e o tempo curou. Mas não é fácil ouvir todas as pessoas ao seu redor fazerem referência ao tempo quando o que você menos quer é tempo, quando exatamente é o imediatismo que persiste em se fazer presente.
Ainda mais eu, tão imediatista. Se hoje eu quis pra ontem, não imegine o que eu espero do amanhã. O tempo pra mim é inimigo invencível. Fazer o quê.
É o mesmo tempo que cura, que também causa a dor. O tempo machuca, corrói. Eu não tenho tanto tempo na vida pra esperar o que o tempo possa me oferecer como conquista. Eu quero minhas conquistas de forma certa, justa, limpa! Eu não quero o tempo pra ser parceiro do julgamento. Não falo aqui de conquista através de julgamentos. Falo de conquista por mim mesma, derivada da minha força.
Além disso, falando em força, eu não tenho tanta quanto pensei. Ser derrubada inquestionavelmente me fez ver que as lágrimas dolorosas ainda são capazes de brotar dos meus olhos, como um deja vu de alguns anos apagados da minha história. Ser forte não tem a essência que eu criei. Não depende de acreditar. Ou você é ou algo te derruba. Não por escolha, mas prevaleceu a segunda opção.
E se tenho opção, prefiro não escolher ainda mais angústia e dor. Não me faça ouvir vibrações nem ir em busca do prêmio da conquista que não me pertence. Não que não mereças ou que o egoísmo não me permita, juro que não. É só pelo fato de que isso me faz sentir ainda mais dor e alimenta ainda mais o meu desespero.
Olhando do alto, lá de cima, eu não vou mais olhar para onde não quero ‘ir’.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Cuide bem

Mais uma música hoje dos Paralamas do Sucesso. "Há um segundo, tudo estava em paz..."


"A vida sem freio me leva, me arrasta, me cega
No momento em que eu queria ver
O segundo que antecede o beijo
A palavra que destrói o amor
Quando tudo ainda estava inteiro
No instante em que desmoronou
Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz
Cuide bem do seu amor
Seja quem for...
E cada segundo, cada momento, cada instante
É quase eterno, passa devagar
Se o seu mundo for o mundo inteiro
Sua vida, seu amor, seu lar
Cuide tudo que for verdadeiro
Deixe tudo que não for passar

Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz"
- Cuide bem do seu amor - Herbert Viana
*Eu procurei por fontes na internet que me levassem à história dessa música escrita por Herbert Vianna, mas não encontrei. 
Se eu pudesse, adivinharia no que todos sabem... que tivesse sido escrita depois do acidente de ultraleve, o momento mais crítico de sua vida, em Angra dos Reis. Num paraíso, um final oposto a qualquer conto de fadas.
Consegues enxergar a "oposição própria" das "palavras duras em voz de veludo"? É realmente sábio quando opina "Deixe tudo que não for passar". Já não ia passar. Ao final, não menos importante, o imperativo de um verbo doce, zeloso e compreensivo. Incrível.
Eu poderia 'adivinhar' se permitido fosse a mim, que trata-se de um pedido. Um déja vù.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010




"Sentimento puro traduzido em palavras": 

"Os livros na estante já não tem mais tanta importância
Do muito que eu li, do pouco que eu sei... 
Nada me resta
A não ser a vontade de te encontrar
E o motivo eu ja nem sei
Nem que seja só para estar
Ao teu lado só pra ler
No teu rosto
Uma mensagem de amor
A noite eu me deito
Então escuto a mensagem no ar
Tambores runfando
Eu ja não tenho nada pra te dar
A não ser a vontade de te encontrar
E o motivo eu ja nem sei
Nem que seja só para estar
Ao teu lado só pra ver
No teu rosto uma mensagem de amor
No céu estrelado eu me perco
Com os pés na terra
Vagando entre os astros
Nada me move
Nem me faz parar
A não ser a vontade de te encontrar
E o motivo eu ja nem sei
Nem que seja só para estar
Ao teu lado só pra ler
No teu rosto uma mensagem de amor"
*Música hoje dos Paralamas do Sucesso para traduzir a "vontade de te encontrar e o motivo eu já nem sei. Nem que seja só para estar ao teu lado... só pra ler no teu rosto uma mensagem de A.M.O.R." =)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

"Marley and me"


Hoje, depois de um tempão de polêmica, que eu assisti o filme "Marley e eu".

Eu também tive um "Marley". Não com esse nome, exatamente. Nem com esse porte.
Mas era tão fiel quanto. Tão criança quanto. Era tão incrível quanto.
Faz 5 anos. 

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Apenas respirar


"Stay with me
You're all I see...


Did I say that I need you?
Did I say that I want you?
Oh, if I didn't I'm a fool you see
No one knows this more than me


As I come clean...
I wonder everyday, as I look upon your face,"
Just Breathe - Pearl Jam
*Perdida hoje escutando boas músicas me deparei com essa música linda do Pearl Jam.
Chama-se "Just Breathe", do álbum “Backspacer”. A letra é linda. A melodia é uma delícia.