quinta-feira, 7 de outubro de 2010

São Miguel


Não diria que é "saudade", propriamente dita.
Diria que é um certo sentimento de "pôxa, se perdeu no tempo" (eu sei que o "poxa" não conta com o acento circunflexo, mas serve ele pra acentuar a minha expressão, entende?)
Pois é. Mas eu vou começar do começo.

Um dia, por ocasião dos acontecimentos naturais da vida, me deparei com uma turminha demais e já formada (entre eles).
As circunstâncias fizeram com que a rotina nos apresentasse melhor uns aos outros e as brincadeiras pouco sutis nos fizeram, por um tempo, próximos.
Com isso, participamos juntos de aniversários, casamentos, filmes, macarronadas, churrascos e dias de conversas, fazendo exatamente "nada".
E foi exatamente do "nada" que as coisas caminharam por trilhas opostas. A vida foi traçando caminhos diferentes para alguns, eu fiz parte desses alguns.
Mas fica aqui comigo, ainda, a lembrança do aniversário de 2007, numa manhã em que o café da manhã foi surpresa no meu dia, em que essas pessoas fizeram com que eu guardasse lembranças afetivas por anos, os quais eu nunca quero esquecer. O bolo feito por quem não costumava fazer, o suco destinado especialmente a quem não costumava beber gaseificado, a presença matinal de quem não costumava... Foi incrível, pessoas!
E depois de três anos, mesmo tendo passado por outros tão queridos aniversários, eu consigo me lembrar de quão querida foi aquela manhã com pessoas as quais eu realmente queria hoje, o contato de antes.

Eu entendo que algumas pessoas passam por nossas vidas com algum objetivo e que, depois de cumprido, é hora de tomar o aprendizado para si e seguir em frente, lembrando sempre que alguém foi especial no momento em que você precisou e que ainda existe pra você.
Tanto existe que, até hoje, eu guardo comigo o cartãozinho de Natal tão lindo que nunca vai se perder por outros caminhos, porque vai sempre estar comigo.

São também as lembranças que nos fazem dar importância ao passado. Não que seja "passado", propriamente dito. Diria que é um certo momento que aconteceu. 
Pois é, mas eu não vou começar do começo novamente, certo? ;)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Flores





"Olhei até ficar cansado
De ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado
As flores que estão no canteiro...
Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro
...
A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores têm cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes..."

*Olho no espelho e enxergo o que não quero ver. Assim como escuto o que não quero ouvir. Devo?
As lágrimas são mesmo um desafogar do sufoco, da angústia e uma expressão da dor.
O sono, ainda que não venha por si, o faço chegar, forçado, pra dor passar.
São restos de inverno que esqueceram de levar.
O ano novo esperado não chegou, retardou.
4 dias de inferno. É isso? E depois?

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Caution!


O sentimento de amor é recomendado pelos românticos, mas não pelos que um dia já viveram-no.


Pode ser prejudicial, pode causar dores de cabeça, depressão e insônia.

domingo, 26 de setembro de 2010

When september ends



"Here comes the rain again
Falling from the stars
Drenched in my pain again
Becoming who we are
As my memory rests
But never forgets what I lost
Wake me up when september ends
Summer has come and passed
The innocent can never last
Wake me up when september ends"

*A chuva vem de novo, encharcando uma vez mais as dores.
Me acorde quando setembro acabar?
Depois de setembro é ano novo, tudo vai melhorar.
Eu não vejo a hora de setembro acabar.
Se eu pudesse escolher eu pularia alguns bons anos. 
Se eu pudesse escolher eu voltaria alguns tempos.
Se eu pudesse escolher eu repetiria alguns momentos.
Quando o ano novo chegar, me avise, eu quero acordar...
quando setembro acabar 

Enquanto estive na ¨Lua

Ei, me conte do seu dia de hoje. Como foi?
Me conte o que fez nesse domingo chuvoso, com dia parecendo noite, tamanha a neblina e a chuva que não paravam de cair do céu.
Me conte como foi a sua manhã, me conte do seu horário de almoço.
Me conte da sua tarde, do seu dia todo.
Me conte o que se passou enquanto estive na "Lua"?

Chuva de hoje pra "lavar" a alma. Ainda estando na "Lua"...

*Leia-se: conte-me.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

The Reason



Bom dia, luz dos meus dias!


Hoje escutei uma música que eu não escutava há tempos. A música é uma delícia!

"I've found out a reason to show
A side of me you didn't know
A reason for all that I do
And the reason is you"
- Roobastank - 






segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Liz e John



A Liz vivia por amor. O John, se tivesse amor, tudo bem. Se não tivesse, tudo bem do mesmo jeito.


quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Primeira pessoa do plural

Depois de ontem, depois dos milhares de carneirinhos que tive que contar (do jeito que você me ensinou) para o meu sono chegar (ainda que pela metade) e depois de ter acordado às 3, no meio da madrugada, eu acordei com um uma dose a mais de carinho.

Por mais que o tempo passe rápido demais quando estejamos juntos e nos impeça de "estar junto", eu consigo ficar junto de ti. Porque é só eu fechar os olhos para dormir que eu vejo você. Então eu acordo e antes da minha oração matinal, eu penso em você. 

Agora você não está aqui, mas eu consigo sentir a textura da sua pele e, não sei porque, o cheiro do cigarro (que eu detesto). Aí então, em seguida, meu celular apita e, sem esperar, eu leio as palavras mais deliciosas do Universo, quase que escutando a sua voz ao pé do meu ouvido.

É tão bom acreditar, mas acreditar na primeira pessoa do plural. E acreditar tanto a ponto de conjugar todas as ações assim, na primeira do plural.

Pra hoje, uma gramática exclusiva, com todas as conjugações na primeira pessoa do plural, apenas no tempo presente e futuro, por favor!

"Mas nada vai conseguir mudar, o que ficou
Quando penso em alguém, só penso em você
Aí então, estamos bem"
- Cássia Eller -

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Cordão umbilical


Eu realmente sei que ninguém nasce do nada e sem cordão umbilical... eu sei.

Me lembro de ter aprendido com a minha professora de Ciências, no ensino fundamental, que o bebê era gerado da barriga das mães. Nunca mais esqueci. 

Não tive irmãozinho mais novo pra poder ver a barriga da minha mãe crescer e ficar do tamanho de uma melancia, mas me lembro da minha tia reclamando do peso da barriga, que mais parecia uma bola daquelas coloridas que são (ou eram) vendidas na entrada dos parques de diversões. Ela dizia que o meu primo estava lá dentro...
Um dia eu fui visitá-la no hospital toda feliz, pois a notícia era que o meu priminho havia "saído da barriga" da minha tia. Tá, sair tudo bem, vc faz um corte e pronto. Mas... como ele havia entrado? Depois eu aprendi.


Ainda nesse contexto, me lembro que ele tinha uma "gelatina em formato de cobrinha" grudado no umbigo. Minha mãe dava banho nele e tinha o maior cuidado com aquilo. Dizia que era o umbigo. Poutz, eu olhava pro meu... e não tinha aquele "negócio" pendurado. Ainda bem, eu pensava. Depois eu aprendi.


Aprendi porque a minha mãe me explicou que o bebê, quando está dentro da barriga, é alimentado pelo cordão umbilical que liga a mãe à ele. Ou seja, na época, aprendi que o cordão umbilical é essencial e mantém a mãe ligada ao seu bebê.

Me disseram que o médico corta o cordão umbilical quando o bebê "sai da barriga" da mãe para crescer, se desenvolver e ter a sua própria vida, um dia. Isso eu entendi mais tarde, quando vi a minha vizinha chorando por ter o seu filho entrado num táxi com uma mala, indo estudar em outra cidade. Daí eu aprendi porquê daquele "corte do cordão umbilical" que ligava à mãe.

E quando eu aprendi, não parou por lá. Continuou, porque eu nunca entendi porque as pessoas já adultas, que não tem mais aquela "cobrinha gelatinosa" pendurada no umbigo, ainda preservam um cordão umbilical imaginário...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Arquivo



Vasculhando os arquivos do computador, encontrei um texto que escrevi faz algum tempo já.
Mas achei tão sincero a ponto de quase sentir novamente o momento.
Acho que ele nunca foi pro blog, mas se foi, está aí, talvez uma vez mais.

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Eu diria que seguir em frente tem se tornado uma tarefa difícil demais pra mim. Não conseguir aceitar vai de encontro ao meu inconformismo e à incerteza da situação. Eu não consigo aceitar o silêncio, a ausência e o vazio. Eu prefiro o ponto final, aceito a vírgula se necessário for, mas prefiro a exatidão. Ou tudo, ou nada. Isso porque o vazio pra mim não tem cheiro, não tem gosto e não tem cor. Eu prefiro pulsação forte, cor vibrante e sentimento intenso. Se eu fechar os olhos a lágrima escorre, porque não suporta a preocupação do meu olhar e o aperto no meu peito.
Eu suportei todas as outras vezes. Com outras pessoas. Mas eu cansei. Cansei de ser forte, de suportar e de fingir que meu coração já está calejado pelo aperto. O sentimento aqui dentro saltou, agora externou. Eu cansei de ser forte a ponto de esquecer de sentir dor. Cansei de ser forte a ponto de esquecer que meu sentimento de dor é tão importante quanto aquele sorriso que dividi com você por todo aquele tempo em que passamos juntos. Eu descobri que o sorriso um dia se transforma e: ou você é forte pra suportar ou é atingido de forma INEFÁVEL pela dor.
Desta vez eu escolhi a segunda opção. Escolhi porque eu quis sentir a intensidade, eu quis viver a dor e me entregar. Tudo isso a ponto de continuar no vazio que aumentou a cada dia. Eu não consigo me conformar com a ideia de ter sumido da sua memória. Eu não suporto a ideia de ter sido apagada da sua vida. Fácil assim.
Mas de tudo fica a certeza de que, pela primeira vez, eu tentei até onde eu acreditei. Fica a certeza da intensidade da minha entrega e do sentimento mais puro.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

"Da rotina dos meus desejos por seus beijos"


Eu sempre desejei uma rotina de desejos, diferente de todas as rotinas cotidianas que ninguém gosta.
Eu sempre desejei um dia após o outro cheio de encantamentos, de doçura e conquistas.
Pequenas coisas é que fazem toda a diferença.
O "bom dia" da forma mais doce, a correria do dia-a-dia de forma a não deixar atrapalhar nos desejos, na "rotina".
Também sempre gostei de fazer "pouca coisa", acho encantador! Ser companhia para um suco no meio da tarde, para o supermercado da semana, para o pagamento das contas do mês... entrar no banheiro e ver delicadezas escritas no espelho... e o bombom inusitado? É conquista na certa!
Não acho que depois da conquista tenha que necessariamente vir a "rotina casual". Acho que depois da conquista é hora de caminhar além, para a continuidade da própria conquista. Conquistar todo dia um pouquinho é trabalhoso, mas é incomparável.
A frase mais sincera do gostar não pode ser fala decorada ao final da ligação no celular. Tem que vir de dentro da alma, na mesma sintonia do coração. Tem que sentir, para, então, dizer.
Calendário não tem que ser instrumento obrigatório. Ficar junto não pode ser um contrato com cláusulas pré-estabelecidas. É tão bom poder estar, não é? Se não for, pare e pense.
E não pode se sentir ou fazer sentir um objeto programado. Se sente, pare uma vez mais... e pense.
Ninguém é tão imutável que não possa melhorar. Basta aceitar. E aceitar não significa perder a essência, não! Acho a mais profunda demonstração de "querer bem".
Ninguém também é tão errado que não possa fazer bem outra pessoa. Basta acreditar.
E acreditar é essencial.


Não deixe de acreditar no amor, mas certifique-se de estar entregando seu coração para alguém que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá, manifeste suas idéias e planos, para saber se vocês combinam, e certifique-se de que quando estão juntos aquele abraço vale mais que qualquer palavra" Luís Fernando Veríssimo